DIVERTICULOSE X DIVERTICULITE

7 de agosto de 2015

DIVERTICULOSE X DIVERTICULITE
Um divertículo é uma pequena bolsa que se forma na parede do intestino grosso (cólon), semelhante a um dedo de luva, como podem ser vistos na ilustração abaixo.

Divertículo
No mundo ocidental 85% dos divertículos localizam-se no cólon sigmóide (parte final do intestino grosso, logo antes do reto). A diverticulose ocorre com freqüência semelhante em homens e mulheres, aumentando com a idade. Um terço das pessoas com mais de 50 anos e 2/3 daquelas com mais de 80 anos tem divertículos no cólon, porém a grande maioria é assintomática. Outros fatores de risco conhecidos são a obesidade e o sedentarismo
Como se desenvolve?
Apesar de não ser totalmente conhecida a origem, acredita-se que dois fatores estejam associados ao surgimento dos divertículos: o aumento da pressão no interior do intestino e um enfraquecimento de pontos da parede intestinal.
O que se sente?
Apenas uma minoria dos indivíduos tem queixas relacionadas à diverticulose. A queixa mais comum é de desconforto doloroso na região inferior esquerda do abdome com variável tempo de duração e que alivia com a eliminação de gases ou fezes. Diarréia ou constipação/prisão de ventre, também podem ocorrer.
Complicações:
Felizmente a taxa de complicações é baixa.Diverticulite é a mais comum, podendo ocorrer em algum momento da vida de 10-15% dos indivíduos com diverticulose. Quanto maior o tempo de evolução e quanto mais extensa a área com divertículos, maior é o risco dessa complicação. A diverticulite manifesta-se por dor forte na parte inferior esquerda do abdome, acompanhada de febre e, geralmente, constipação. Podem estar associados também náusea, vômito e diarréia com muco, pus ou sangue.
Os divertículos inflamados podem criar pus, formando um abscesso em seu interior e, por conseqüência, perfurar. Com a perfuração, o pus pode se espalhar ou não no abdome levando, respectivamente, à peritonite ou ao abscesso localizado.
Complicações menos freqüentes são o sangramento, a formação de fístulas, e a obstrução intestinal. O sangramento é mais comum em divertículos do lado direito do intestino grosso e pode ocorrer sem diverticulite. Após o primeiro sangramento a chance de outro é de 25%; após um segundo episódio, a chance de novas hemorragias chega a 50%. Obstrução do intestino grosso geralmente deve-se a sucessivas inflamações e cicatrizações de diverticulites repetidas anteriores, resultando em fibrose do intestino.
Qual é o tratamento?
Caracterizando-se mais por uma alteração anatômica do que por uma “doença” propriamente dita, por isso quase sempre assintomática, a maioria dos casos de diverticulose, quando sintomáticas, tem suas queixas melhoradas com tratamento clínico. Dietas ricas em fibras e/ ou remédios que umedecem e aumentam o volume das fezes, diminuindo o esforço para evacuar, podem aliviar sintomas, prevenir novos divertículos e, principalmente, diminuir complicações como a diverticulite. O estresse também tem sido relacionado com aumento dos espasmos do intestino e, assim, com aumento do risco de aparecimento de novos divertículos e suas complicações.
O tratamento da diverticulite deve ser orientado apenas pelo seu médico-assistente e depende da gravidade do caso, variando desde repouso, dieta sem resíduos e analgésicos, até uso de antibióticos, internação hospitalar com reposição de líquidos pela veia e eventualmente cirurgia.

Postado em Palavra do Médico por Arnaldo Motta