H. pylori: “QUE BICHO É ÊSSE?”

5 de agosto de 2015

H. pylori: “QUE BICHO É ÊSSE?”

Fique tranquilo(a) não é nenhum bicho-papão.

O QUE É O H.PYLORI?
È uma bactéria que se aloja na parede que reveste o estômago, onde pode levar a uma reação inflamatória. Tem íntima relação com a higiene, apresentando maior prevalência nos locais e/ou populações onde as condições sanitárias são desfavoráveis.

COMO É CONTRAIDA A INFECÇÃO ?
Pela ingestão de água e alimentos contaminados e só pode infectar seres humanos.
Segundo estudos, existem diferenças neste aspecto entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, a infecção é contraída, em sua maioria, já na infância e nos países desenvolvidos (EUA, Canadá, Europa) em faixas de idade avançadas. Sem tratamento médico a pessoa infectada parece incapaz de livrar-se dela.

QUAL A INCIDÊNCIA DE PESSOAS CONTAMINADAS ?
Estima-se que 50% da população mundial. Estudos nacionais demonstram que entre 60% e 70% da população brasileira está infectada pelo H.pylori. A maioria das pessoas são infectada na infância. Quase todos os nossos avós contraíram-na, porém, devido à melhoria da higiene atual, menos crianças são hoje portadoras. Infelizmente, a maioria das crianças no mundo em desenvolvimento continua a se infectar. Isto significa que em quase todos estes países há uma infecção crônica pelo Helicobacter pylori.

COMO É DIAGNOSTICADA A INFECÇÃO ?
O diagnóstico da infecção pelo helicobacter pylori pode ser feito através da endoscopia digestiva, onde um minúsculo fragmento do estômago é retirado para análise em laboratório ou pelo método de urease em que o próprio endoscopista analisa imediatamente; outros testes são menos utilizados através de amostras de sangue, fezes ou ar expirado.

QUAIS AS DOENÇAS QUE ELE PODE CAUSAR?
No mundo científico, os centros de pesquisa que se dedicam às doenças do aparelho digestório realizam estudos nos quais a infecção por H.pylori demonstra ser responsável pela grande maioria das úlceras do estômago e do duodeno e apenas algumas gastrites. Uma combinação de fatores (incluindo H.pylori, ácido gástrico, perfil genético, uso de aspirina ou medicamentos para artrite, além de tabagismo) podem combinar-se em causar essas patologias. È possível que uma pequena proporção das pessoas que estão infectadas desenvolvam um tipo câncer do estômago em fases posteriores da vida. Isto seria provavelmente em conseqüência da irritação crônica da mucosa do estômago durante décadas, em longo prazo sob infecção.

TODO PACIENTE COM A BACTÉRIA DEVE TRATÁ-LA?
Não. Há um percentual significativo que, apesar de terem a bactéria, não apresentam sintomas nem doença relacionada. Existe também um contingente expressivo de pessoas com sintomas variados, inespecíficos (dispepsia), sem qualquer relação de causa/efeito com H.pylori.

Indicações para erradicação do H.pylori:
Úlcera péptica, Linfoma gástrico, Gastrite Intensa-Erosiva, Operados de Câncer de Estomago, Grupos de risco para: Úlcera, Gastrite hemorrágica ou Câncer gástrico. Vale ressaltar que apenas o seu médico assistente estará apto a avaliar, julgar e personalizar a conduta terapêutica.

COMO TRATÁ-LO?
O tratamento é de curta duração, associando medicamentos que bloqueiam a produção de ácido no estômago e antibióticos específicos que agem contra a bactéria.
H.pylori é portanto sensível aos antibióticos. Infelizmente algumas têm resistido. Um dos motivos porque é difícil obter altas concentrações da droga ao nível do muco do estômago. A maioria dos tratamentos consiste numa associação de vários tipos de comprimidos simultaneamente duarante 14 dias. Estes incluem no mínimo dois antibióticos e também um fármaco que controla a secreção ácida e/ou contém bismuto. Quase todos os H.pylori são erradicados se o curso do tratamento é concluído. No decorrer do mesmo alguns pacientes apresentam efeitos colaterais –especialmente sabor estranho, náusea ou diarreia. A maioria dos tratamentos combinados duram apenas uma semana, mas se algum destes sintomas se tornam intoleráveis você deverá contatar o seu médico

PERSPECTIVAS:
H.pylori tem estimulado intensamente sua investigação, principalmente novas estratégias para erradicação da infecção usando antibióticos ou vacinas.

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