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12 de julho de 2018

GASES e APARELHO DIGESTIVO

(Eructações, Meteorismo, Flatulência)


Acredite. Nesse momento você tem 100 ml de gases em seu aparelho digestivo. O volume normal que um indivíduo expele através do reto varia entre 100 e 2.000 ml / 24 h, com uma média de 600 ml.

O ar engolido ou os gases formados no aparelho digestivo podem ser expelidos por via oral (arroto) ouvia anal (gases intestinais ou flatos). A maior parte deles, no entanto, é produzida no intestino por carboidratos que não são digeridos no trato digestivo alto. É normal que após a ingestão de ar ou gás junto com alimento especialmente líquidos gasosos- refrigerantes, cerveja etc. ocorra suaves arrotos, uma ou duas vezes, o que diminui a tensão ao nível da câmara gástrica.

Mas torna-se anormal quando isso ocorre repetidamente, às vezes inclusive bem mais proeminente, audível, especialmente tardiamente às refeições. Esses gases provêm da ingestão de ar, difusão a partir da circulação, ação ou interação de secreções digestivas e fermentação intestinal.

Esse processo é responsável pela maior produção e liberação de gases. A maioria das queixas parte de indivíduos que produzem uma quantidade relativa de gases que se consideram normal. Em alguns casos, por fatores genéticos ou porque adotaram uma dieta rica em fibras (sobretudo folhas) e em carboidratos, algumas pessoas podem produzir mais gases do que outras. Tem se constatado que um terço da população adulta é portadora dessas bactérias do cólon capazes de gerar gases, característica resultante da tendência familiar sob fatores ambientais. Outro fato interessante é que as pessoas que assim o produzem, evacua fezes que flutuam sobre a água do vaso sanitário.

Os gases que atingem o trato gastrointestinal ou que são produzidos nele podem sair ou ser eliminados através de vários mecanismos:

1) Expulsão sob a forma de “arrotos”, cuja composição é similar ao ar ingerido.
2) Difusão para circulação sanguínea, e eliminados, através dos pulmões.
3) Fermentação intestinal.
4) Ejeção retal(flatos).

Portanto, as diferentes concentrações de gases dependem, é claro, do equilíbrio entre as quantidades dos gases que entram ou são produzidos no trato gastrointestinal, do grau de metabolização das bactérias, e as quantidades que saem ou desaparecem do trato gastrointestinal pelas eructações e por difusão para a circulação. Em cada gole a quantidade de ar que normalmente atinge o estômago é de 2 a 3 ml, explicando a “aerofagia” .

De qualquer forma,o processo inclui dois fatores importantes: -Doença esofágica, gástrica ou duodenal. -Distúrbio emocional com manifestações preferenciais de ansiedade e depressão. Associam-se outros fatores secundários , como o uso de goma de mascar, próteses dentárias incorretamente posicionadas, tabagismo etc.

Visando melhorar a sintomatologia , é possível recorrer a várias medidas terapêuticas dependendo do caso. As dietas sem lactose e / ou substratos alimentares fermentáveis (por exemplo feijão e outras leguminosas, farinha de trigo, etc.) podem ser extremamente úteis quando há suspeita ou evidência de fermentação exagerada. Psicoterapia e psicofarmacoterapia (com antidepressivos, ansiolíticos, etc.) dão excelentes resultados quando há transtorno emocional com manifestações de ansiedade e depressão.

Atualmente, avalia-se a utilidade(?) potencial do uso de probióticos, tais como Lactobacilos. Finalmente, utilizamos medicamentos apenas sintomáticos, quando todos os outros recursos não têm sucesso. Recomendações -Erradicação de parasitoses intestinais. -Controle da DNV – Ansiedade/Depressão, se presentes. Cumpridos os requisitos acima, caso ainda permaneçam os sintomas, Dieta é a palavra-chave :

Leguminosas como feijão, ervilhas, lentilhas e soja, entre outras, são causadoras de gases.

Eliminá-las totalmente da dieta pode não representar uma boa solução. Uma dica prática e com bons resultados, é deixar o feijão de molho durante a noite. No dia seguinte, a água deve ser trocada por outra antes de cozinhá-lo bem, pois amido mal cozido aumenta a produção de gases; * Intolerância à lactose, quando real e comprovada pela avaliação diária e relacionada diretamente com os sintomas.

Algumas pessoas relatam intolerância sucos com adoçante artificial ou à base de Sorbitol.

Nesse caso, esses produtos devem ser evitados; * Reserve um tempo tranquilo para as refeições. Mastigue bem os alimentos. * Procure não falar muito durante as refeições.

Prefira alimentos ricos em fibras, saladas, frutas, verduras (exceção das folhas-alface, repolho, acelga, couve-flor).  Beba bastante líquido, o que facilita o trânsito intestinal, entretanto 2 hs antes ou depois das mesmas.

Evites os alimentos que podem estar associados aos sintomas. Algumas pessoas reagem mal à farinha (pães, massas, etc.), batata doce, cebola, rabanete, aipo, berinjela e germe de trigo.

Exercícios físicos estimulam facilitam as várias etapas da digestão. Advertência: Até aqui nos referimos apenas a aspectos ” funcionais “(sem doença orgânica) dos seus sintomas.Ressalte-se entretanto que apenas o seu médico especialista poderá chegar a essa conclusão, afastando a presença de doenças as vezes graves, mediante avaliação clínica criteriosa : Patologias do esôfago, estenoses duodenais, doenças da vesícula, divertículos do cólon ou outras lesões do tubo digestivo incluindo até o câncer.

Postado em Palavra do Médico por Arnaldo Motta | Tags: , ,